sábado, 22 de outubro de 2011

A ESPOSA DE FINÉIAS E A TRAGÉDIA













“E, ao tempo em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel, porquanto a arca de Deus foi levada presa e por causa de seu sogro e de seu marido. E disse mais: De Israel a glória é levada presa, pois é tomada a arca de Deus” (I Sm 4.20-22).

Em Siló morava a família do sacerdote Eli. Ele tinha uma idade de aproximadamente 90 anos, e seus dois filhos chamavam Hofni e Finéias, apesar de adultos e casados, não estavam preparados para substituí-lo em seu encargo sacerdotal. Os filhos de Eli não se importavam com o Senhor (I Sm 2.12), desprezando a oferta que era trazida pelos israelitas. Eles não esperavam que se queimasse a gordura, de acordo com a orientação divina para os sacerdotes e seus familiares, que comiam das ofertas.



Antes, mandavam que seus servos buscassem a carne crua, antes da oferta ser aceita pelo Senhor. Ora, tiravam da panela com um garfo de três dentes o pedaço que saísse. Isto contrariava todas as normas dadas pelo Senhor por meio de Moisés aos descendentes de Arão, da tribo de Levi, que foram separados para oficiarem com sacerdotes. [...]O povo já não suportava tal procedimento.
Não havia o temor do Senhor no coração desses jovens. Eles conheciam a verdade, a vontade de Deus e não a executavam. O texto sagrado diz que






“Era muito grande o pecado destes moços perante o Senhor... Porém, Eli já era muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que servia á porta da tenda da congregação” (v. 17-18). O sacerdote Eli não corrigiu os filhos quando estes eram pequenos e agora eles haviam se tornado ímpios e seriam julgados a qualquer momento pelo Senhor.



Chegou o dia em que Israel saiu á peleja contra os filisteus e se acampou junto a Ebenezer, uma pedra memorial, cujo nome significa: “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Ali houve um primeiro ataque e morreram 4.000 homens de Israel. Então o povo pediu que trouxesse para o campo de batalha a 'arca da aliança', que simbolizava a presença de Deus entre o povo. E a arca foi trazida. O exército rompeu em brados de júbilo e “ressoou a terra” Os filisteus se atemorizaram com os brados e pensaram que estavam perdidos, pois o Deus de Israel estava no meio de seu exército. Eles lutaram bravamente e prevaleceram contra Israel. Mataram Hofni e Finéias, os filhos de Eli, que tinham ido ao campo de batalha para levar a arca da aliança. Os filisteus levaram a [...]arca consigo para suas cidades, como um troféu de guerra. Aquela era a sua maior conquista.


Israel sentiu-se desamparado. Sem a arca era como se estivessem sem Deus. Um dos guerreiros, que escapara da batalha, levou a notícia a Siló. Quando o sacerdote Eli ouviu que seus filhos eram mortos “ao trazer ele menção da arca de Deus, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porque já era homem velho e pesado; e havia ele julgado a Israel quarenta anos (I Sm 4.18).

A Bíblia não nos fala o nome da esposa de Finéias. Apenas nos diz que ela estava grávida, e o parto estava próximo. Ao receber a notícia da morte do marido na guerra, do sogro e que a arca tinha sido levada pelos filisteus, “encurvou-se e deu à luz; portanto as dores lhe sobrevieram” (v.19). Ela teve problemas no parto e veio a falecer. “Ao expiar, disseram as mulheres que assistiam: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou o menino “Icabô”, dizendo: “Foi-se a glória de Israel” (ISm 4.20-21).


A esposa de Finéias deveria ser jovem e bela e de família nobre, provavelmente da tribo de Levi. Deveria ser conhecedora da Lei, da vontade de Deus. Por conseguinte, ela deveria sofrer com o péssimo testemunho de seu marido e de seu cunhado.
Estava grávida, deveria ter sonhos para seu filho, como toda mãe tem. Seu filho também seria 'sacerdote'. Uma posição privilegiada em Israel. Uma posição de liderança e prestígio, mas de grande responsabilidade, pois estaria lidando com as coisas de Deus, e isto era muito sério. Provavelmente ela e seu esposo deveriam saber das palavras proféticas dadas por Deus a seu sogro. Eram profecias muito duras, que diziam que os descendentes de Eli morreriam na flor da idade, não haveria homens em sua descendência. Que se levantaria outra linhagem sacerdotal e a família de Eli teria de se humilhar para conseguir um pedaço de pão. O sinal que o Senhor havia dado era que seus dois filhos morreriam em um mesmo dia.
Não se pode brincar com as coisas de Deus. A Bíblia nos diz: “Deus não se deixa escarnecer porque tudo o que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7).



Ninguém ouse pensar que se possa driblar o Senhor ou “tapar os Seus olhos”. A falta de temor de Deus gera perdição e tragédia eterna.



Eli não disciplinou seus filhos quando eram pequenos, depois de grandes, isto era impossível. O tempo de plantar o temor do Senhor, a obediência e os valores do caráter no coração, e na infância. Esse tempo é precioso e o ensino é eficaz. Por diversas vezes, certamente, sempre que necessário, os pais deverão aplicar a vara da disciplina nos filhos pequenos. A vara é para criança, não para o adolescente ou jovem. Para estes é o diálogo franco, alertando para os perigos e contando com os frutos de uma boa semeadura feita na infância do filho. O bom filho será um bom esposo. Quem honra os pais saberá honrar ao Senhor. Será um pai exemplar, um marido carinhoso e trará felicidades aos que estão vivendo ao seu redor.


A esposa de Finéias não teve um bom marido. Pelo fato de ter mais de uma parteira para auxiliá-la, podemos perceber que era uma mulher rica. Ela deveria morar em uma casa confortável com todos os bens materiais; deveria ter boas roupas, boa comida, muitas jóias, mas faltava-lhe o essencial para uma descendência feliz e abençoada. Um marido temente a Deus. Toda a mulher que quer se casar precisa olhar que tipo de filho é seu futuro esposo. Se desejar uma decência abençoada, não se case com os “Finéias” que estão por ai.


Ao ouvir as tristes notícias das mortes dos homens de influência, a esposa de Finéias, entrou em trabalho de parto. Mas sua maior dor não foi por causa das profecias a respeito de seu marido e sua descendência, mas foi por causa da arca da aliança ter sido levantada pelos inimigos. Isto, sim era a tragédia maior. A nação agora estava desamparada, “foi-se a glória de Deus”, ela afirmou ao morrer.


O pior havia acontecido. Algo jamais imaginado pelo povo de Israel tornara-se realidade. Estavam órfãos de Deus. A arca simbolizava a presença de Deus e está não estava mais no meio do povo de Israel pela conseqüência do pecado dos filhos do sacerdote Eli. E ela deu ao seu filho o nome de Icabô, ou Icaode, que significa “foi-se a glória de Israel, porque a arca foi tomada” (I Sm 4.22). Quantas nações, igrejas e membros já perderam a glórias de Deus pela falta de temor.
A tragédia chegará, conforme a palavra profética, e a esposa de Finéias não suportou seu aperto. Morreu sob a dor da perda. Foi esmagada pelo peso da conseqüência do pecado familiar.


Embora a glória do Senhor houvesse se dissipado, Deus jamais abandonaria o Seu povo. A arca voltaria, mas era necessário haver uma mudança radical na vida da nação, que estava contaminada com a falta de temor de Deus e com o pecado. O homem que Deus havia separado para a restauração de Israel seria Samuel, filho de Elcana, homem temente a Deus, e de Ana, uma mulher de oração. O contraste entre o lar de Ana e de Eli estava nos filhos e na obediência a Palavra de Deus.


[...]O que trás a glória de Deus em nossas vidas é o temor, o ensino da Palavra, a oração e a separação do pecado. Não perca a glória de Deus, pois sem ela a morte é certa!



Shalom Adonai

Icabô ou Ebenézer?

(Juízes 17.6) “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto”.

[...] Não havia liderança em Israel. Não havia padrões de conduta. A Lei de Moisés não era considerada, não era obedecida. Prevalecia o individualismo. Cada um agia de acordo com a sua própria consciência. E como conseqüência de toda esta desordem, Israel sofreu uma expressiva 'derrota' na guerra contra os filisteus. Afinal é sempre isso que acontece quando se age “por conta, na força do braço”: Desordem, confusão e grandes transtornos.

UM ABISMO CHAMA OUTRO ABISMO: A Arca da Aliança é tomada e Hofni e Finéas morrem: (I Samuel 4.10-11) “Então, pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta mil homens de pé. Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias”. O sacerdote Eli também morre: (I Samuel 4.15-18) “Era Eli da idade de noventa e oito anos; os seus olhos tinham cegado, e já não podia ver. Disse o homem a Eli: Eu sou o que saí das fileiras e delas fugi hoje mesmo. Perguntou-lhe Eli: Que sucedeu, meu filho? Então, respondeu o que trazia as novas e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, houve grande morticínio entre o povo, e também os teus dois filhos, Hofni e Finéias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. Ao fazer ele menção da arca de Deus, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porque era já homem velho e pesado; e havia ele julgado a Israel quarenta anos”.

ICABÔ: SEM NENHUMA GLÓRIA: (I Samuel 4.19-22) “Estando sua nora, a mulher de Finéias, grávida, e próximo o parto, ouvindo estas novas, de que a arca de Deus fora tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram. Ao expirar, disseram as mulheres que a assistiam: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel. Isto ela disse, porque a arca de Deus fora tomada e por causa de seu sogro e de seu marido. E falou mais: Foi-se a glória de Israel, pois foi tomada a arca de Deus”. Para completar o trágico quadro, a mulher de Finéas morre e coloca o nome no filho de “Icabô”. “Icabô” significa “sem nenhuma glória”. “Icabô” é o desfecho de um processo de desobediência, insubmissão e corrupção. É chegar no limite. Sem qualquer força, disposição ou coragem. Quando se chega ao ponto de Icabô, acabou-se mesmo.

EBENÉZER: PEDRA DE SOCORRO: Depois de 20 anos, a história começa a mudar: (I Samuel 7.2-4) “Sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram a vinte anos; e toda a casa de Israel dirigia lamentações ao SENHOR. Falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se é de todo o vosso coração que voltais ao SENHOR, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o coração ao SENHOR, e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus. Então, os filhos de Israel tiraram dentre si os baalins e os astarotes e serviram só ao SENHOR”. O arrependimento é o começo de tudo. Debaixo da liderança de Samuel, os israelitas confessaram seus pecados e se converteram. Como conseqüência, eles obtiveram da parte de Deus uma estrondosa vitória sobre os filisteus. Nesse dia, Samuel levantou uma pedra e lhe deu o nome de “Ebenézer”: (I Samuel 7.12-14) “Tomou, então, Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR. Assim, os filisteus foram abatidos e nunca mais vieram ao território de Israel, porquanto foi a mão do SENHOR contra eles todos os dias de Samuel. As cidades que os filisteus haviam tomado a Israel foram-lhe restituídas, desde Ecrom até Gate; e até os territórios delas arrebatou Israel das mãos dos filisteus. E houve paz entre Israel e os amorreus”. “Ebenézer” significa “pedra de socorro”. “Ebenézer” é o desfecho de um processo de arrependimento e conversão.

[...] As duas palavras, “Icabô” e “Ebenézer”, tornaram-se históricas. Uma significa “derrota” e outra significa “vitória”. Elas estão “ativas” até hoje! Porém, somos nós que “determinamos” se queremos “Icabô” ou se queremos “Ebenézer”, pois uma exclui a outra. Qual é a sua escolha? Com Jesus em nossa vida Ebenézer sempre será uma grande realidade em nossa vida.



Shalom Adonai